Fundador do Evanescence e outro músico alegam que foram drogados e abusados por Tait nos anos 1990 e 2000.

O cantor de rock cristão Michael Tait, de 58 anos, foi novamente acusado de agressão sexual por dois homens, elevando para oito o número total de pessoas que alegam terem sido vítimas do artista.
As novas denúncias foram publicadas pelo jornal The Guardian nesta terça-feira (30) e envolvem casos ocorridos nos anos 1990 e 2000, incluindo o nome de Jason Jones, empresário e membro fundador da banda Evanescence.
Jones relatou que, em 1998, foi drogado e abusado sexualmente por Tait após uma noite de festas em sua residência em Nashville. Segundo ele, o episódio impactou drasticamente sua carreira musical e foi decisivo para sua saída precoce da banda, pouco antes do sucesso explosivo do Evanescence. “Isso me destruiu”, declarou. Jones afirma ter contado o ocorrido ao cofundador da banda, Ben Moody, que, por sua vez, nega que a saída tenha sido motivada pela denúncia, alegando que, à época, o relato parecia algo menos grave.
Outro homem, Randall Crawford, também veio a público dizendo que foi abusado por Tait em 2000. Ele conta que, após tomar uma dose de uísque oferecida pelo cantor, perdeu a consciência e acordou com Tait praticando um ato sexual com ele. O trauma, segundo Crawford, arruinou sua carreira artística e o levou a anos de depressão, bloqueios criativos e medo de se apresentar em público.
Ambos os denunciantes afirmaram que continuaram a ter contato com Tait nos meses seguintes, por sentirem-se confusos, manipulados e emocionalmente dependentes. Jones afirmou que “foi bombardeado de amor” pelo cantor após o episódio, enquanto Crawford buscou terapia apenas anos depois, ao ser confrontado emocionalmente em um reencontro com Tait.
Em junho, Tait publicou um comunicado nas redes sociais admitindo o vício em drogas e álcool e reconhecendo que, em alguns momentos, “tocou homens de forma indesejada e sensual”. Ele também confirmou que completou um período de reabilitação e, desde janeiro, se desligou oficialmente do Newsboys. A saída, segundo ele, foi uma decisão tomada após um período de “orações e jejum”.
As novas acusações somam-se às que já haviam sido divulgadas anteriormente por The Guardian e pelo Roys Report, totalizando agora oito homens que alegam terem sido abusados pelo cantor.
As denúncias têm provocado fortes reações no meio gospel norte-americano. John Cooper, vocalista da banda Skillet, publicou uma nota exigindo uma “condenação total dos atos”. Ele destacou que “os sobreviventes devem ser prioridade” e fez um apelo por integridade no testemunho cristão público. “Não podemos ignorar esse nível de injustiça”, declarou. Cooper afirmou ainda que casos como o de Tait colocam em xeque a credibilidade do evangelho anunciado por artistas cristãos. “Isso faz parecer que o nosso Evangelho não é real”, disse.


