A gestão do prefeito Chiquinho do PT homologou, em junho deste ano, um contrato milionário para a compra de merenda escolar. O valor licitado pela Prefeitura de Codó, através da Secretaria Municipal de Educação, ultrapassa os R$ 15,7 milhões. O processo, feito via Pregão Eletrônico nº 013/2025, previa a compra de gêneros alimentícios como arroz, carnes, sucos, biscoitos e outros itens essenciais para alimentar cerca de 31 mil alunos matriculados em 153 escolas, distribuídas entre a zona urbana e a zona rural do município.

Mas enquanto o número milionário brilha nos documentos oficiais, nas salas de aula o que impera é a escassez. Em comunidades da zona rural, alunos estão levando comida de casa ou, pior, permanecem em jejum por falta de qualquer refeição oferecida pelas escolas. Já na zona urbana, a qualidade da merenda virou motivo de revolta: “Só temos suco e biscoito seco. Às vezes, nem isso chega em quantidade suficiente”, denunciou a mãe de um estudante.
A população começa a se perguntar: onde está a merenda que justifique um contrato de quase R$ 16 milhões? A ausência de alimentos, somada a denúncias de atrasos na distribuição e falhas na fiscalização, expõe um possível colapso na logística da SEMECTI (Secretaria Municipal de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação).

Mais grave ainda é a falta de transparência. Até agora, nenhum relatório de entrega ou demonstrativo de consumo foi divulgado pela prefeitura, o que dificulta o acompanhamento pela população e pelo próprio Conselho de Alimentação Escolar (CAE). O órgão, que deveria atuar como fiscalizador, tem se mantido em silêncio diante de um dos maiores contratos da atual gestão.
Municípios vizinhos com contratos mais enxutos conseguem manter alimentação regular nas escolas. Por que Codó, com uma verba tão robusta, não consegue? A resposta pode estar na má gestão, no planejamento deficiente ou em algo ainda mais grave, que exige investigação.


