Deputados do PT passaram a admitir que a possibilidade de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro pode avançar na Câmara dos Deputados. Até então vista como improvável, a pauta começou a ganhar força após movimentações recentes de lideranças políticas.

Segundo relatos obtidos por bastidores, aliados do Centrão teriam alertado que o presidente da Câmara, Hugo Motta, estaria inclinado a pautar o perdão logo após o julgamento da ação penal do golpe. Um parlamentar petista, sob anonimato, resumiu a nova percepção: “Agora ficou sério”.

Nas últimas horas, dois nomes de peso entraram em cena em apoio a Bolsonaro, mas por motivações distintas: Arthur Lira, ex-presidente da Câmara, e Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.

Lira, considerado um bolsonarista do Centrão, esteve em visita ao ex-presidente na segunda-feira (1º). Apesar de não ocupar mais a presidência da Casa, mantém influência sobre alguns grupos de deputados.

Já Tarcísio, apontado como potencial candidato à sucessão de Bolsonaro em 2026, tem buscado fortalecer sua imagem junto à base bolsonarista. Em declarações recentes, afirmou que concederia perdão presidencial ao aliado caso fosse eleito. A iniciativa é interpretada como uma reação às críticas de Eduardo Bolsonaro, que o acusou de tentar assumir protagonismo nas negociações com o governo Trump após o tarifaço e questionou seu perfil como herdeiro político do bolsonarismo.

Embora não seja possível prever se a estratégia de Tarcísio surtirá efeito, o movimento mudou a percepção no Congresso: a anistia a Bolsonaro deixou de ser considerada improvável e passou a figurar como uma possibilidade real.