
Um membro da Assembleia de Deus em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, enviou um relato denunciando o que considera práticas irregulares e abusivas dentro da denominação. O documento cita o nome do presidente da igreja, pastor Cludson Carlos, e descreve situações que, segundo o denunciante, envolvem favorecimento comercial, pressão sobre fiéis e uso indevido de recursos arrecadados nos departamentos locais.
De acordo com o relato, os departamentos da igreja — entre eles o infantil, jovens, senhoras e obreiros — estariam sendo obrigados a comprar fardas e camisas para eventos exclusivamente em empresas ligadas a familiares do presidente. O denunciante afirma que está proibido fazer orçamentos em outros comércios da cidade, o que, segundo ele, cria um “monopólio dentro da própria igreja”.
“Minha esposa não vai mais passar por esse absurdo. Parece que estamos nas mãos desses homens”, afirmou o fiel em um dos trechos do relato.
O texto também menciona um clima de medo e censura entre os membros. Segundo ele, obreiros e líderes que questionam as ordens são acusados de “desobediência” e correm o risco de sofrer punições internas. “Muitos irmãos não falam por medo de represálias”, relata.
O denunciante ainda cita que igrejas menores da denominação vivem em condições precárias, com banheiros danificados, contas de água e energia atrasadas e falta de manutenção, enquanto a maior parte do dinheiro arrecadado é direcionada à sede, onde está em construção o chamado Grande Templo.
“Comércio dentro da igreja”
Outro ponto levantado é o suposto uso comercial de eventos religiosos. O membro relata que as vendas de fardas e camisas se tornaram fonte de lucro para o grupo que controla a instituição.
“Essas fardas viraram comércio. É uma nojeira. Aqui em Camaçari, está uma podridão”, disse o denunciante, que afirma que quem não paga o dízimo integral é impedido de participar de ordenações ministeriais.
Segundo ele, foi informado em reunião que quem mandar confeccionar fardas fora das empresas indicadas poderá ser disciplinado pela liderança.
Até a última atualização desta matéria, a reportagem não havia obtido resposta da direção da Assembleia de Deus em Camaçari sobre as denúncias. O espaço permanece aberto para manifestação.


