Apontado como paladino da moralidade na Câmara Municipal de Codó, o vereador Araújo Neto carrega nas costas um passado político nada exemplar. O que poucos lembram – ou preferem silenciar – é que o hoje defensor de bons costumes e da ética já foi condenado por improbidade administrativa quando atuava como gestor da Gerência de Desenvolvimento e Articulação de Região de Presidente Dutra/MA.

A ação foi movida pelo Ministério Público do Maranhão e teve como base irregularidades na prestação de contas de 2006, um verdadeiro escândalo administrativo. O resultado não poderia ser outro: suspensão dos direitos políticos e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios e incentivos fiscais.

Segundo o Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA), o processo transitou em julgado em 10 de junho de 2010, o que significa que não havia mais qualquer possibilidade de recurso. Na prática, Araújo Neto ficou uma década fora do jogo político, impedido de disputar cargos eletivos.

A prova disso foi a tentativa frustrada em 2010, quando, já inelegível, tentou uma vaga para deputado estadual e obteve uma votação pífia, desaparecendo da cena eleitoral até 2020, quando finalmente conseguiu se eleger vereador em Codó.

Hoje, no entanto, veste a carapuça de moralista e tenta se colocar como referência ética dentro da Câmara. A pergunta que fica é: como alguém que já foi condenado por improbidade administrativa tem autoridade para falar em moralidade?