A filiação de Gunnar Nunes ao Progressistas (PP), oficializada nesta segunda-feira (27) em Maceió, consolidou um movimento que vai além da entrada de um novo quadro partidário. Gunnar é filho do pastor José Orisvaldo Nunes de Lima, presidente da Assembleia de Deus em Alagoas, denominação com forte capilaridade social no estado.
O dado biográfico, nesse caso, não é acessório: ele explica parte da musculatura política que acompanha o novo filiado e ajuda a entender por que o ato atraiu lideranças do Congresso e do Legislativo estadual.
O evento ocorreu no Ritz Hotel Lagoa da Anta, com a presença do presidente da Câmara e líder do PP em Alagoas, Arthur Lira, além de parlamentares como Marx Beltrão, Delegado Fábio Costa e Mesaque Padilha.
Pastores e dirigentes da Assembleia de Deus também estiveram no local, incluindo o pastor José Orisvaldo. A moldura do ato, portanto, reuniu partido, base parlamentar e figuras do alto comando da igreja — cenário que, ainda que comum no calendário político, reabre discussões sobre o uso de capital religioso como alavanca eleitoral.
Gunnar é chefe de gabinete do deputado estadual Mesaque Padilha e atua na comunicação da Assembleia de Deus. Na solenidade, ele disse que pretende defender “valores cristãos” e a “liberdade religiosa” em Brasília.
A projeção mais provável para 2026 é a disputa por uma vaga de deputado federal. Para aliados, o sobrenome Nunes e a posição do pai na hierarquia eclesiástica funcionam como um diferencial de mobilização, especialmente entre fieis que veem na participação política uma extensão da atuação comunitária.
A presença do pastor-presidente na primeira fila da filiação tem peso simbólico. Na prática, sinaliza que Gunnar não chega ao PP como um quadro isolado, mas acompanhado por uma rede de relações construída no púlpito, nas congregações e nos projetos sociais da igreja. É um ativo concreto em disputas proporcionais, nas quais visibilidade e capacidade de atingir microterritórios contam muito.
