A tragédia reacende uma discussão antiga entre ex-membros e pastores da Universal, que denunciam um ambiente de pressão constante.

O pastor Lucas Di Castro, missionário da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), morreu no dia 5 de agosto de 2025, na Bolívia, em circunstâncias que escancararam a pressão psicológica imposta sobre líderes religiosos e a negligência institucional em relação à saúde mental. O religioso, que vinha apresentando sintomas graves de sofrimento emocional, cometeu suicídio ao se lançar de uma torre de energia elétrica.
Vídeos gravados pela própria esposa mostram Lucas em crises intensas, com comportamento desorganizado e sinais evidentes de distúrbio psicológico.
De acordo com mensagens internas da igreja e relatos de familiares, ele enfrentava um quadro severo de estresse e colapso emocional. Mesmo diante dos apelos da família por ajuda, a resposta da liderança da IURD teria sido de descaso.
Segundo informações, a esposa procurou superiores da igreja para relatar o estado crítico do marido, mas foi recebida com comentários que minimizaram a situação. Frases como “coisa de moleque” e acusações de que Lucas estaria “fazendo corpo mole” teriam sido proferidas por autoridades da instituição, conforme apontam fontes próximas.
A Universal optou por não divulgar oficialmente os detalhes do ocorrido e até o momento permanece em silêncio sobre o caso. A liderança da igreja na Bolívia ainda não se manifestou.
A tragédia reacende uma discussão antiga entre ex-membros e pastores da Universal, que denunciam um ambiente de pressão constante, metas agressivas e ausência de qualquer suporte psicológico. O caso de Lucas Di Castro, segundo eles, está longe de ser isolado: há um histórico crescente de relatos sobre pastores adoecidos emocionalmente, muitos dos quais em missões no exterior, longe da família e sem qualquer rede de apoio institucional.
O caso de Lucas Di Castro levanta questionamentos sobre a estrutura interna da Igreja Universal e a ausência de protocolos claros para lidar com crises emocionais entre seus obreiros. Pastores em missão muitas vezes enfrentam jornadas exaustivas, metas rigorosas e isolamento geográfico, especialmente em países estrangeiros, onde o suporte institucional é mínimo.


