
Nos últimos dias, o nome de Hytalo Santos — influenciador digital que acumulava milhões de seguidores — estourou nas manchetes após sua prisão sob acusações de exploração infantil e tráfico de pessoas. A detenção trouxe à tona não apenas a gravidade das suspeitas, mas também as conexões do influenciador com o meio evangélico, especialmente por ter presenteado uma igreja à pastora Renallida Lima, conhecida como “Pastora do Pix”. A relação de Hytalo com líderes religiosos, que antes celebravam sua proximidade, agora é praticamente negada. Esse movimento de “abraçar quando convém e descartar quando pega mal” não é novidade no universo gospel. E é aqui que surge a pergunta: o que Hytalo Santos e Edir Macedo têm em comum?
Durante anos, Urach foi usada como testemunho vivo da “mudança de vida” promovida pela IURD. Apareceu em programas de TV, cultos e eventos, narrando como havia abandonado a prostituição e o universo da sensualidade para seguir uma vida dedicada a Deus. Porém, ao romper com a igreja, voltou ao mesmo cenário que dizia ter deixado — hoje produzindo conteúdos adultos e assumindo publicamente práticas que antes renunciava.
A história revela o mecanismo: enquanto a narrativa era útil para o marketing religioso, Urach foi exaltada. Quando a imagem deixou de servir, veio o abandono e até a rejeição.
Mas, com a prisão e as denúncias de crimes graves, o cenário mudou. Os mesmos que usufruíram de sua fama agora preferem se calar ou até negar qualquer vínculo. O contraste entre a exaltação do passado e o silêncio do presente escancara a hipocrisia de setores evangélicos, que usam figuras públicas enquanto são convenientes e descartam quando viram peso.
O elo entre Edir Macedo e Hytalo Santos
O ponto em comum entre Edir Macedo e Hytalo Santos não está em suas trajetórias pessoais, mas na forma como expõem uma mesma lógica do mercado da fé:
- Histórias humanas são transformadas em vitrine — seja a de Andressa Urach para atrair fiéis, seja a de Hytalo Santos para dar prestígio digital.
- O discurso de mudança é usado como marketing — mas quando as contradições aparecem, a narrativa desmorona.
- A hipocrisia religiosa prevalece — líderes abraçam pessoas enquanto podem explorar sua imagem, mas se afastam quando escândalos ameaçam a reputação da instituição.
No fim, tanto no caso da Universal quanto nas conexões de Hytalo com líderes evangélicos, a lógica é a mesma: a fé serve como produto, e as pessoas, como peças descartáveis de uma engrenagem lucrativa.


