Entrou em vigor nesta quarta-feira, 6, a nova tarifa de importação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, medida assinada pelo presidente Donald Trump sob a alegação de uma “emergência nacional”. A nova taxação representa uma sobretaxa de 40 pontos percentuais sobre a alíquota anterior de 10% e tem potencial para afetar sensivelmente as exportações brasileiras.

decisão, justificada pela Casa Branca como uma resposta às “ações incomuns e extraordinárias” do governo brasileiro, aponta que tais condutas estariam prejudicando empresas norte-americanas, a liberdade de expressão, e até a política externa dos EUA. Trump também afirmou que houve “perseguição e processo politicamente motivado” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o que teria motivado parte da retaliação comercial.
A medida gerou preocupação entre os exportadores brasileiros, especialmente diante da dúvida sobre a cobrança retroativa a cargas já embarcadas. No entanto, o decreto norte-americano deixou claro que produtos já em fase final de transporte não serão sobretaxados.
Apesar do impacto, o tarifaço poupou 44,6% da pauta exportadora brasileira, conforme informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Itens como petróleo, suco de laranja, celulose e aeronaves seguirão com a alíquota de 10%.
A decisão, no entanto, atinge fortemente setores como o café, a carne, a madeira e a aquicultura, que agora enfrentam um ambiente de incerteza no maior mercado de exportação fora da Ásia.
Ao revisar as chamadas “tarifas recíprocas”, os EUA colocaram o Brasil entre os países mais penalizados. O país foi incluído na faixa mais elevada da tabela, com a maior sobretaxa da lista: 40 pontos percentuais adicionais.
Diante do novo cenário, o governo brasileiro anunciou que possui um plano de contingência pronto, ainda não apresentado publicamente. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que o Executivo aguardava até o último momento por um recuo da Casa Branca ou, ao menos, um adiamento da medida.
Na segunda-feira, 4, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, confirmou que o anúncio das medidas de mitigação seria feito a partir desta quarta. As ações previstas, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, incluem reformulação de programas de exportação e novas linhas de crédito para empresas prejudicadas.
Embora negue impactos imediatos relevantes no orçamento, Tebet reconheceu que o plano de resposta pode gerar efeitos fiscais dependendo da profundidade das medidas adotadas.


